Orientações para praticantes de Macrobiótica

Código de Conduta e Ética na Macrobiótica

O objetivo deste Código de Conduta e Ética na Macrobiótica é o de promover os mais elevados padrões, salvaguardando a proteção e segurança dos clientes, estudantes e profissionais.

Estas orientações consideram que existem diferentes abordagens dentro da Macrobiótica. Nesse sentido, podem ser adaptadas a cada país ou instituição desde que o seu objetivo seja salvaguardado.

O Código de Conduta e Ética na Macrobiótica foi redigido para benefício de todos, clientes, alunos e profissionais, e para a Macrobiótica enquanto estilo de vida e corpo de conhecimentos.

Tradução(a) para português do texto aprovado em 2019 cuja versão original pode ver aqui.


Código de Conduta e Ética na Macrobiótica
Orientações para estudantes e profissionais

Estudos e experiência

  1. Reconhecer quaisquer limitações nos estudos, experiência ou competências e recusar trabalhar com qualquer pessoa a não ser que o possa fazer de uma forma segura e profissional.
  2. Manter e melhorar os conhecimentos e as competências através de estudo permanente e participando ou promovendo discussão entre pares. Dedicar regularmente um tempo para refletir sobre o seu trabalho e receber comentários de pessoas mais experientes.

Reconhecer quaisquer limitações nos estudos.

Conduta e cooperação

  1. Ter permanentemente uma ação de respeito para com todos, promovendo e salvaguardando os seus interesses e bem-estar, fazendo-o com compaixão e solidariedade.
  2. Assegurar que as consultas, as aulas teóricas e práticas e as atividades de culinária são feitas num ambiente adequado, limpo e seguro.
  3. Comunicar sempre de forma clara com os clientes, estudantes e colegas. Chegar a acordo quanto à carga horária necessária, honorários, detalhes relativos às atividades de culinária (ingredientes, utensílios, tempo, etc.), acompanhamento posterior, e quaisquer outros conselhos necessários no futuro, ou ainda qualquer outra instrução relativa ao serviço a ser prestado.
  4. Quando verificar que será benéfico para o cliente consultar outro praticante, dentro da macrobiótica, medicina convencional ou outra terapia complementar, esteja preparado para fazer essa recomendação ao seu cliente, de modo a que ele possa ir se for esse o seu desejo.
  5. Trabalhar em cooperação com os colegas, outros profissionais e a família dos clientes, reconhecendo e respeitando o contributo que outros podem dar para o bem-estar do cliente.
  6. Evitar, a todo o momento, abusar da relação privilegiada estabelecida com clientes, estudantes ou colegas, e não entrar de forma alguma numa relação sexual sob qualquer circunstância até depois da última marcação entre o profissional (seja como consultor, técnico ou cozinheiro) e o cliente.
  7. Evitar, a todo o momento, tirar vantagens em relação de negócio, financeira, comercial ou qualquer outra com o cliente.

Trabalhar em cooperação com os colegas, outros profissionais e a família dos clientes, reconhecendo e respeitando o contributo que outros podem dar para o bem-estar do cliente.

Enquadramento legal

  1. Fornecer aconselhamento ou cozinhar apenas com o consentimento informado do cliente, e assegurar que o cliente compreende a natureza do serviço que lhe vai ser prestado. Avise claramente o cliente sobre o que pode esperar dos seus serviços, por exemplo: “A natureza deste aconselhamento/aula é educativa, informativa e com o propósito de promover a saúde. Não é um aconselhamento ou tratamento médico, assim caso pretenda um aconselhamento médico, deve contactar um médico”.
  2. Ter atenção para não causar qualquer tipo de ansiedade por parecer fazer um diagnóstico que possa ser tido como médico.
  3. O aconselhamento pode ser dado quanto à forma de se tornar mais saudável através de mudanças alimentares e de estilo de vida sem alegar curar doenças sérias e específicas.
  4. Quanto à questão de “tomar ou deixar de tomar” qualquer medicamento prescrito, o cliente deve sempre consultar o seu médico. É importante consciencializar o cliente de que não deverá cessar subitamente a toma de medicamentos, uma vez que pode ter fortes efeitos adversos.
  5. Mantenha-se informado e atualizado quanto às leis em vigor no seu país no que diz respeito às práticas comerciais (prestação de serviços), em especial no respeitante ao trabalho com menores de idade, pessoas com deficiência mental e pessoas com doenças infectocontagiosas.
  6. Assegurar que tem um seguro de responsabilidade civil para a sua atividade profissional que o proteja a si e ao seu negócio, assim como aos clientes e estudantes. Caso haja seguro de responsabilidade civil no país ou países onde pratica a sua atividade, tem de obtê-lo e renová-lo de acordo com o contrato. Se não houver um seguro com cobertura apropriada, tem de se sujeitar a exercer a sua prática de acordo com as leis do país ou países onde trabalha.
  7. Nunca discriminar e evitar julgamentos quanto às escolhas dos clientes ou outros.
  8. Considere estar sujeito à confidencialidade profissional e tome medidas para que os dados dos clientes permaneçam confidenciais. Mantenha-se informado acerca das leis de proteção de dados em vigor.
  9. Sempre que quiser usar a sua experiência de modo a servir de testemunho e/ou para reforçar a credibilidade da Macrobiótica, nacional e internacionalmente, deverá sempre salvaguardar a privacidade dos seus clientes ou alunos, de acordo com as leis em vigor do país ou países onde trabalha.

A natureza deste aconselhamento/aula é educativa, informativa e com o propósito de promover a saúde.

Publicitar a prática Macrobiótica

  1. Não anunciar uma cura. No seu material publicitário pode utilizar referências de publicações que sugiram os benefícios para a saúde da abordagem macrobiótica, por exemplo: no controlo da diabetes, redução dos níveis de colesterol, perda de peso excessivo. Nestes casos, as referências das publicações têm que ser indicadas.
  2. Não fazer comparações desrespeitosas em relação a outros profissionais.
  3. Deve guiar-se por este Código de Conduta e Ética em qualquer publicidade que faça, que peça para ser feita, ou que outros façam em seu nome.

 


Autores: Ana Luísa Bolsa e Anna Mackenzie.
Versão revista da proposta discutida e aprovada na Conferência Internacional de Macrobiótica em Valencia, 31 de outubro de 2019.

a) Traduzido com a colaboração de Francisco Rosário.


Manter e melhorar os conhecimentos e as competências através de estudo permanente e participando ou promovendo discussão entre pares. Dedicar regularmente um tempo para refletir sobre o seu trabalho e receber comentários de pessoas mais experientes.

 

0 replies

Leave a Reply

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.